sexta-feira, 9 de outubro de 2009

ECOS



Rasgarei a ferida,


Com os dedos crivados


arrancarei o tumor


que me alastra n’alma;


porei meu corpo ao avesso,


buscarei a essência:


na carne viva,


na cor do plasma...


Desmembrarei-me


à última molécula do átomo,


até encontrar a chaga


que habita no corredor secreto do meu ego...


Despertarei do sono


que entorpece-me a consciênciade


um efêmero pesadelo...


Ecoarei no deseespero obsceno


até entrar no coma fantasma


onde a paixão se entrega...




Élsio Soares