domingo, 19 de dezembro de 2010

INSONIA



INSÔNIA

Cinzas dormidas no patamar noturno das brisas

Esmaga-se ao passo felino,
Calmo tal luar febril das chamas.
Esvoaça pela noite garrida
Das nuas vidas da insônia,
D’onde o mel ultraja a ferida
No vértice dos ventos
E no suor esquálido das chuvas.
Suga o amanhecer da minha morte bendita
E faze de mim um cinzeiro mortal
De tuas cinzas,
Que ao calar o refúgio
Se faz fechar o bocejo irônico da vida.
Dorme e sonha junto às ninfas,
Ó cigarro curador de minha insônia!
Mata-me ao desejo
Nesta cama de esfumaço...
Mata-me, ó insônia,
Até que eu mereça dormir
Na sombra vil do cansaço!...


Élsio Américo Soares


domingo, 21 de fevereiro de 2010

ROMEO E JULIET



..


... em meio as reticências,
entre parênteses e colchetes;
saem meus poemas:
( sabedorias )
para todas almas;
que exclamam,
que interrogam,
por tão pequenos mistérios.


5º)- [ [...pelas vielas de Verona,
Lutam dois espadachins.
(São intrigas de famílias)
Que só resolviam... no final de um.

De um lado os Capuletos,
Do outro os Montéquios,
Mal sabiam do destino... o que aconteceria...
(enfim)
[foi poema de Brooke
Ser um drama de Shaskespear]
(foi um amor proibido,
Que encantou até o fim.)

... Numa festa de Capuletos,
Um rapaz se mascarou
E numa fantasia encontrou:
(uma donzela seu Amor.)

(...canta...canta cotovia,
Pois o rouxinol para mim não vem cantar.
... canta...canta rouxinol,
Para a cotovia vim cantar!)

Se casaram camuflados, pelo padre apoiados.
...fizeram também um pacto:
(de grandes apaixonados.)
Não me pergunte,
Que pacto?

... Fingiu morrer, a donzela,para a fuga acontecer,
Desavisado foi o namorado,
Que logo... logo se deitou!
E por tanto amor que era,
A tragédia fez nascer:
(Ela tomou do amado sua adaga de veneno!)

... E esta história de amor, ainda não acabou:
Pois eu sou o namorado
E você, meu eterno Amor!]]
.

... em meio as reticências,
entre parênteses e colchetes,
tantas almas
reenganam
por tão mistério meu segredo:
( ROMEU E JULIETA )



Élsio Soares

sábado, 20 de fevereiro de 2010

CAOS






Ás vitimas do HAÍTI



Ó caos...



Porque tirar do povo:

A água,

o pão

e dar-lhe

tão somente a morte?



Porque o faz mendigar

ao último suspiro,

se a dor

ainda lhe sangra

tão doce?



Ó caos...



Não será tua impertinência

que fará desse povo

uma matéria

esquecida no nada.



Haverá em ti

um grande milagre...

Existirá uma canção

que eu possa cantar

junto a cada pessoa sem pão...



Ó pedaço de mim...



E existirá uma canção

que eu possa cantar

junto a cada pessoa sem chão...



Ó metade arrancada de mim...



Élsio Soares

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

HAITI



HAÍTI



Aí de ti...

Que passa
pelas frestas da terra,
sucumbi
barracos e palácios
com seus tremores
vis.



Aí de ti...

Que dilacera
milhares de corpos
e apaga
milhões de almas.



Aí de ti...

Que apavora
todo o povo
do mundo
e faz da dor
de quem fica
ainda mais profunda...


Aí de ti...

Mais ainda de mim,
que senti
a casa cair...
a família partir...
e ficar ainda sem chão...

Porque tu rasgaste meu coração?


Élsio Soares

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DESEJO




...

TUDO QUE SENTIRES

SERÁ FEITO UM DESEJO...



DENTRO DE TI HAVERÁ

APENAS UMA EXPLOSÃO

TOCANDO-TE TÃO SUAVE

IGUALMENTE MEU BEIJO!





ÉLSIO SOARES