segunda-feira, 2 de novembro de 2009

DESAMPARO




Manhãs desérticas,

tardes féticas

que emprobecidas

navegam no abismo

daquela menina

que se entrega à cola.


E a cidade quase toda nua

espera a noite

se perder na vida;

e pelas ruas a vadiar,


as folhas

secam na frieza daquela pessoa

envolta em um hálito fúnebre,

se perdendo como sombra:


Sem comer...

Sem beber...


Sem sequer

ser amparada na terra

que apenas há de comê-la




Élsio Soares