sexta-feira, 8 de julho de 2016



ANCIÃ

A lágrima da aranha
gotejou da agulha,
o veneno fiel hipnotizou a ferida.
(sangrou).
Fez no coração da menina,
o primeiro amor.
Setenta anos depois...
O novelo de lã, o carretel de linha,
teceu a derradeira
lágrima na anciã.
Que clama:
Pelo primeiro amigo, único companheiro
e verdadeiro Amor!

Após cem anos...
Do fio da meada embaraçada,
haverá de gotejar uma lágrima
e arranhar os olhos da Matriarca.

[e presa na arca, uma aranha ainda tece
sem nenhuma pressa a foto daquela mulher]!


Élsio Soares